O CURIOSO UNIVERSO REALISTA DA ARTISTA PLÁSTICA PATRICIA PICCININI

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O curioso universo Realista de Patricia Piccinini



Fomos atrás da artista plástica Patricia Piccinini para descobrir mais sobre seu curioso e intrigante universo criativo; a artista brinca de laboratório, criando criaturas geneticamente modificadas, que se assemelham com a espécie humana,  misturada ao mundo animal. A exposição parece um espaço de ficção científica, que nos despertam os mais diferente sentimentos.

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Pequena biografia:
Patricia Piccinini nasceu em Freetown, em Serra Leoa em 1965 e mudou-se para Austrália com sua família em 1972. Estudou pintura na Faculdade Victoria de Artes de  Melbourne e, logo após finalizar sua graduação, ingressou no projeto Basement Gallery, na qual foi coordenadora durante dois anos. Desde então ganhou o prêmio Australia Council New Media em 2001 e a residência Australia Council em 2006, sendo convidada a expor em diversas instituições de cultura, museus e galerias.

Fale um pouco sobre o seu trabalho (técnicas usadas, material, linguagem):
Sou interessada em descobrir o sentido de ser humana no âmbito da engenharia genética e em biotecnologia, e como essas tecnologias influenciam na maneira como nos relacionamos com o mundo. O mundo que crio existe em algum lugar entre o que conhecemos e o que está quase sobre nós (a imaginação, ou o futuro). Todavia, o que imagino não é nem um futurístico pesadelo da ruína ambiental nem o incrível progresso da ciência. Ao invés disso, foco no que poderia ser a realidade interna e sentimental dessas criaturas que podem vir a surgir, junto com as mudanças de relacionamento que surgiriam com elas. Minhas criaturas, apesar de estranhas e por vezes inquietantes, não são assustadoras. Em vez disso, é a sua vulnerabilidade que muitas vezes vem à tona. Elas pedem a olhá-las além de sua estranheza, nos convidando a aceita-las. É surpreendente como acabamos as aceitando rapidamente, fazendo-nos lembrar que talvez essa realidade não esteja tão longe do presente, como pensamos. Somos cercados por modificações genéticas escondidas em nossos alimentos e animais, sem ao menos dar conta! Meu mundo é mais repleto de perguntas do que de respostas. Eu não induzo o visitante a pensar qualquer coisa sobre engenharia genética, mas pergunto como eles se sentem frente a essas possibilidades.
Trabalho com uma variedade de materiais e linguagens, de esculturas hiper realisticas feitas de silicone e fibra de vidro, fotografia e video, bem como desenho e pintura.
Quais as maiores influências para a criação de suas obras? (movimentos, artistas, música, viagens, assuntos, temas, poética)
Muito já foi respondido na pergunta anterior, mas vejo que meu trabalho trata predominantemente sobre o mundo que vejo ao meu redor. Sou muitas vezes inspirada por coisas que assisto na midia ou histórias que pessoas me contam, ou mesmo coisas que encontro quando viajo ou no meu próprio bairro.
Quando e como começou o seu interesse pela arte?
Eu sempre fui uma criança que desenhou muito, mas acho que posso dizer que meu real interesse pela arte começou quando ingressei no colegial. Eu me lembro do dia que decidi não ir para a escola – coisa realmente atípica de minha parte – e resolvi caminhar, quando me deparei com a Australian National Gallery. Eu acho que nunca tinha estado lá antes, e fiquei simplesmente encantada pelo que vi e naquele momento desejei fazer parte daquele mundo.
 
Quais artistas na sua opinião estão se destacando no cenário nacional e/ou internacional atualmente?
Eu não posso realmente apontar qual artista é a influência mais importante no mundo das artes, como também não consigo apontar uma só influência em minha produção. Contudo, posso dizer que artistas que têm me influenciado bastante são Berlinde De Bruckyere, Robert Gober, Lee Bul, Louise Bourgeois, Roxy Paine, e esses são só os contemporâneos…
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Como você definiria a arte contemporânea?
Penso que a arte contemporânea é uma maneira de olhar o mundo ao nosso redor, e quando ela realmente nos afeta, pode nos revelar o mundo de uma maneira nova, ou mostrar coisas que não havíamos visto antes.

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Artista Tomba Lobos cria de forma insana fotografias de pessoas com cabeças deformadas.

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” Esta é uma coleção de tiros na cabeça, onde eu tento explorar não só as fronteiras entre a fotografia clássica e escultura base, mas também a tomada de imagem digital e analógico.
Estou usando caucasiano cor da pele, massa de modelar para as “faces” e então eu uso Photoshop sobre a cabeça do modelo.
Eu gostaria de pensar que este projeto fosse uma pequena homenagem a velha escola de Efeitos Especiais “WICH” esse efeito pode ser visto por exemplo em filmes de Cronenberg como Videodrome e Chris Cunningham e em vídeos de música como Rubber Johnny.
Fonte:http://arteref.com/arte/adoencadetombalobos/



Patricia Piccinini: realismo fantástico

25.04.2009 / EM DESIGN IDEAFIXA / POR PETERSON DIAS


A comparação da australiana naturalizada (ela nasceu em Serra Leoa, 1965) com o também australiano Ron Mueck é inevitável. Ambos partem como princípio da linguagem artística o uso de esculturas hiper-realistas em que os instrumentos tradicionais de esculpir dão lugar ao maquinário hi-tech. A grande diferença entre ambos, entretanto, é que o uso de couro animal, cabelos humanos, próteses médicas de olhos, unhas, dentes, etc., é que Patricia Piccinini é quase uma romântica, criando possibilidades de união entre as diferenças (no caso, seres fantásticos "convivendo" pacificamente com os humanos) e brincando com as formas (que tal ver uma motoneta "amamentando" seu filhote recém-nascido?). Mueck trabalha apenas com a figura humana em escalas sub e sobre-humanas em que o medo perante as incertezas e etapas da vida é a tônica das obras.
Arte, design, "anatomia"... vale passear pelo site da artista e conhecer melhor sua obra. Clique na foto.
Fonte:https://www.ideafixa.com/patricia-piccinini-realismo-fantastico/

Ame-a ou deixe-a

07.03.2013 / EM ARTE ESCULTURA / POR JANARA LOPES
Patricia Piccinini é uma das escultoras mais conhecidas da Austrália. Seu trabalho é da categoria "ame-o ou deixo-"o. Para quem acha que arte é só o que é repleto de beleza estética, provavelmente gostaria de ver a artista queimando em uma fogueira.
Apesar de ser classificada como escultora hiperrealista, é no realismo fantástico que ela se encontrou. Misturando humanos (ou quase humanos) com criaturas bizarras, daquelas que a gente tem dificuldade de entender de onde diabos saíram.
Apesar do incômodo e do "nojinho" causado pelo aspecto monstruoso de seus personagens, eles quase sempre parecem indefesos carinhosos e bem carismáticos, eu diria.
Espero ter o prazer de um dia ve-las ao vivo.
Fonte:https://www.ideafixa.com/ame-a-ou-deixe-a/

Customização biológica de Patricia Piccinini

26.11.2015 / EM ARTES PLÁSTICAS ESCULTURA / POR CAIO LUIZ
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Os sci-fis da vida exploraram há décadas as consequências das intervenções humanas no campo da genética, no da clonagem e demais alterações na natureza que, geralmente, descambam para sintomas apocalípticos. Mas nenhum filme conseguiu ser tão humano no tema quanto a artista plástica australiana Patricia Piccinini ao longo da carreira. 
Depois da vinda das obras de outro australiano praticante das esculturas realistas ao Brasil, o público facilmente associa as criações de Piccinini ao trabalho de Ron Mueck, porém os questionamentos e críticas da primeira são voltados para o nosso lado divino, capaz de dar vida ou melhor, talvez pior seja o termo mais adequado, de manipulá-la.

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A exposição ComCiência compila um panorama da artista em quatro andares com quadros, gravuras, fotografias, mas o prato principal são definitivamente as esculturas. A IdeaFixa pira em ficção científica e mais ainda em arte, então fazia todo o sentido fazermos uma visita ao Centro Cultural Banco do Brasil para levar as dúvidas e visões confinadas no prédio localizado no centro de SP para quem não puder comparecer ao espaço até janeiro de 2016.

Veja nosso vídeo sobre a mostra:
Vídeo de autoria de Vinicius de Andrade e Caio Luiz

Como seria se criássemos seres hábeis para cuidar de nossa prole? De que modo trataríamos as aberrações designadas para facilitarem nosso dia a dia? Seriam meros robôs de carne cujos quais ignoraríamos os sentimentos e vontades? Ou nos afeiçoaríamos como fazemos com certo animais de estimação a ponto de colocá-los em nossas mesas de jantar?
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Fonte:https://www.ideafixa.com/customizacao-biologica-de-patricia-piccinini/

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